quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Presença provinciana

Há coisas pequenas, bem pequenas, no que age melhor nossa solidão flagelatória e interrogante,pesar de imbecil.
Abro a geladeira e fico ali,pensante;sem nada melhor de expressões ao rosto...Às vezes uma perseguição aguda de destino, talvez seja apenas isso,penso.
Mas dir-se-ia que este cruzamento entardecido entre a espera e o acaso, são chaves confidentes que; fará com que você nunca abra portas,e isso dói.
Já morri em tantos romances idiotas,daqueles preparados de desertos e barulhos comprados. A familiaridade incomoda,ergue pedras na trilha;salta de lugares torturantes e fresquinhos,uma tentação queimando o peito e deixando tudo decomposto.Como sou diferente de minhas recomendações.Sou fugitivo negro de censuras,tão perturbadamente apelante;enguiçando em diversos serviços do amor.
A presença seria tão provinciana e inteligentíssima,como esta coisinha de moralista letárgico que me identifico.
Passo semanas conferindo catálogos de erros,mas confesso...Os erros ainda são sinônimos diários de mim.Precaríssimos erros infindáveis,que publicam sonhos inimigos.Que me fala baixinho,suave,sereno,como um pássaro observando a presa do céu.
A experiência humana é tão difícil...tão triste,que o terno da noite não consegue segurar...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Cárcere de pernas

Pois eu me via injustamente no cárcere da cama.
Minúsculo,trôpego;com o pavor explícito me invadindo verbalmente o crânio, herdando nas mãos tamborilamentos sem-conta,procurando entre as andanças dos dedos molhados,qualquer cigarro vacilante ou invisível, que se agarrasse aos lençóis azuis.

Da paisagem da janela via nuvens disfarçantes,que se transmudavam contemplativas sob intermédio de ventos sabidos.
A porta bruta do meu quarto ficava aberta.Deixando perceber lá fora, o carrilhão amarelento da sala, uma cadeira pequena com roupas amassadas em cima,e um quadro vanguardista europeu;que meu avô havia me presenteado.
Dona Olga me trazia pontualmente aspirinas às quatro da tarde,sempre terrivelmente londrina.
E não adiantava me fazer valer peditório,eu havia aceitado o acordo.Duas aspirinas para relaxar as dores,em troca de café.E cafeína pelo menos eu deveria ter no meu corpo.Já que os cigarros me foram cortados.
'Pronto,sua aspirinas,e agora o café!Não adianta ficar com essa cara emburrada!'
Engolia quase todas às vezes aquilo com certa severidade.Tinha dias que a Olga se recolhia mais cedo, sem correr os olhos para meu rosto; e eu malandramente escondia tudo debaixo do colchão.Odiava aquele gosto de fel ímpar na boca.Queria levantar dali e voar no pescoço da Olga, ou dar-lhe vários safanões sequenciais,mas por enquanto;aquilo seria apenas futura tática de guerrilha à prestações.
Era estranho ver o mundo desta forma.Eu parecia um cadáver pronto pra ser enterrado, quase constantemente deitado o dia todo pro nada.O desgraçado medo que não me desculpava a inteligência.Olho para móveis e teto diariamente,cortando as visões entre os livros certinhos,empilhados na estante; e outros bagunçados.Para os desenhos antigos que rabisquei e que guarda ainda;um certo copo largo com água rasa.Ali já morou um doze anos.
Meu corpo suando,meu corpo suando...Berro para Olga trazer mais café.A idiota finge que nunca escuta.Uma aranha sabe fazer traços tão eternos num canto de parede.São linhas mágicas que lhe monta a sensibilidade e o apreço de artista.Tão fina as teias,tão leves e ao mesmo tempo fortes para prender inimigos.Eu também sou artista porra!!Eu quero levantar-me daqui porra!!Quero ocupar-me com vários traços e linhas também;quero misturar tonalidades de pastéis,quero fusain, acrílica,aguarrás,espátulas italianas.
O céu nunca me inspirou tanto uma tela,como esta moldura quadrilátera de janela celestial que; passeiam fora,nuvens metaforseantes que não acabam mais. Estou desaparecendo na minha própria tragédia demorada.Tudo por causa de um bêbado idiota.Esse mundéu imóvel que apunhala-me o peito queria para outro.Eu sentado;bebendo cerveja e pintando no Alto da Boa Vista,é a única coisa que lembro,a única coisa...Depois acordei numa cama de hospital,com parte de meu corpo já imóvel.
No chão, dezenas de garatujas e bustos no quarto.Tem dias que sonho com praias diáfanas, deixando a maresia assinar seus aposentos às minhas narinas.As águas lambendo as panturrilhas crescentes,as ondas com suas sinfonias indesejáveis vencendo pedras raquíticas.E minha camisa saída de vida,deixando o sol devorar seus raios sobre meus ombros.
Grito desesperado por Olga'Eu quero cigarros,quero cigarros...Me traga a porra dos cigarros, Olga!'A megera sempre finge não escutar-me...Quando eu sair da cama Olga,quando eu sair da cama...



terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Feitiço do centro

No vazio dos infortúnios ele passeia; como verme imundo,magro;em suas despedidas de ruas. Um animal melancólico sem promessas e sem bandeiras. A luz farta protegendo seus tropeços irmãos, e o aposento sereno dos pés; executando um samba novo, cansado,três passinhos pra cá e dois pra lá.
Passageiro homúnculo inocente;que hiberna no frio mecânico das calçadas arrebentadas. Apenas janta sem mensagens,abatido:dois pedaços de tomate,carne e farinha;desenvoltura de ser mestre em pedir comida.Na carteira duas fotos que examina como um templo antiquíssimo,espera de um dia poder regressar.Anda mal de saúde,confessando agressivo à branquinha e aos quatro ventos da Cinelândia;que ainda é pequeno e o sol não sabe registrar-se para seus horizontes.
Mesmice de bar,de pessoas,vicissitude estranha que lhe convence a cidade.Joga damas todos os dias no passeio público,espiando as donas perfumadas passarem,e escrevendo inquietante na informalidade do olhos,sacanagens na mente. 'O Brasil é um povo erótico' pensa consigo:sex-shop,filmes pornôs,bundalização em questão...E não pede desculpas aos caprichos dos pensamentos. A tarde é mais magnífica e rebuscada no centro,onde bate papo com seus amigos,declarando paroxismos infundáveis.
Aprendeu a cozinhar mas não tem comida.Espicha um comentário sobre política.Guarda no bolso outra carteira furtada. Depois com sua voz precipitada e vacilante conversa com o motorista,pede que lhe deixe pela consciência entrar sem pagar.Confia financeiramente na atenção de malandro que trai. Já perdeu suas empreitadas e morreu com Deus,já virou órfão de lembranças para outros que dividiam o banco na praça.A desilusão cortou seu coração e assinou os ossos para origem da terra.
Ficou apenas a sensação metálica de que;em algum canto de mundo,uma mulher chorou por seus encantos.E sua alma entendeu,desenterrando o fogo das contas que a vida prendeu por muito.

“The Dark Knight”: O novo uniforme de Batman


Em comentários fornecidos pela Entertainment Weekly,Lindy Hemming nos revela alguns traços da nova roupa de Batman.
Primeiramente, que antes nos demais filmes anteriores da série Batman;o capacete do herói ficava preso ao pescoço e ombro, dificultando qualquer mobilidade maior por parte dos intérpretes.Isso abria contagem e forçava muitas das vezes ao ator, ter que girar o corpo inteiro para olhar para trás por exemplo; ou durante a luta dificultava um pouco tal reflexo.
Hemming resolveu isso modelando o capacete, como se fosse de motociclismo,separado do pescoço e ombros e dando assim mais liberdade de movimentos a Christian Dale.
Hemming revelou ainda que a capa terá novas propriedades,por enquanto ainda secretas;que as lâminas de antebraço nas luvas serão retráteis e também podem ser disparadas nos inimigos.
Que conta ainda com 200 peças individuais de borracha, fibra de vidro, nylon e malha metálica.
O filme tem estréia prevista para o verão de 2008.
http://www.slashfilm.com/2007/12/16/the-dark-knight-movie-trailer/

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Rugas no vidro


A chuva caía numa pulsilanimidade frequente lá fora, expressando música de exílios antigos no meu coração.E a evaporação meio que arrancada do solo aberto;transparecia vagamente e liberto, àqueles cheiros notáveis de pequenos interiores antigos, que por vezes esquecemos na transitoriedade do tempo.Cheiros que se guardam nos sonhos de um menino sumido.
Sobre o toldo marrom da sala, as águas fortes se despencavam em pequenas cascatas econômicas; como divisão de cabelos penteados.Vingando sua força e sucessão de gotas,na mistura das retinas cobiçosas;distribuindo grossos círculos concêntricos nas poças sujas.Enterrava certa sequência aquosa de fios,para os mesmos efeitos confidentes meus que; dos olhares representantes na manhã fria de segunda: partiam histórias, partia-se a alma e segredo de muros irredutíveis.
Cada gota era um pensamento vertente meu. E de gota em gota, assim se firmava maquinalmente minha memória, tragada por rios aventureiros que nunca conheci, mas que conviviam comigo na mesma rota.
Uma ave socialmente solitária e seca,pousou ao lado da varanda,e clandestinamente reclamou seu cansaço.Eu que de abandonos já me vinha conhecido; entendia tudo aquilo muito bem.Há tempos em que compramos tantas brigas, tempos de desavenças,que o tinteiro e velhos papéis crus alimentam a mesa manchada,e se cobre de pó e tristezas.
Cartas que nunca encharcariam folhas nem se atravessaria para outro lado de cercanias.
Tinha meus problemas com a tecnologia, não aceitava nunca esta facilitação que o e-mail, hoje em dia nos remete. Achava que se deveria ter ansiedade nas respostas,surpresa de chegada de uma carta antiga;de certo colega conhecido de décadas o qual me enviaria.Carta com cheiro de perfume,ou letras desenhadas e retorcidas;demonstrando o cárater da personalidade por linhas.
Ou fotos que me guardariam impiedosamente mistérios por sorrisos e lugares aconchegantes.
Insubmisso senhor fico com meu espetáculo de águas,ao lado do passarinho que sussurra notório o findar da chuva.Esperando tudo secar para outros vôos estranhos.Meu uísque acabou e não me dei conta disso.Nunca mais escrevi, e isso eu me dou conta.O café substituirá toda esta desonra,um pequeno prazer implícito que me faço merecido.

Heróis imaginários


[Porque nunca sabemos ser heróis...]

Uma típica família americana, de classe média suburbana estadunidense; vive em crise, mas amparadamente disfarçada pela rotina,e que é quebrada por total quando a morte do primogênito querido;Matt (Kip Pardue) é provocada.
A partir daí, os membros que dividem o mesmo teto, vivem suas dores de conformismos diferenciados.O pai Ben(Jeff Daniels)-sempre fora uma pai ausente e desconhecido;tratando todos com total diferença.E que se torna um fantasma total diante destes, após a morte do atleta;desligando-se de toda as responsabilidades, aproveitamento e interpretação dentro da própria trama.O ator poderia ter sido bem melhor aproveitado no roteiro, e que peca por total em tal condição. A única cena que protege e marca a personagem coadjuvante, é o contato companheiro com o filho, quando o abraça; e briga por sua paternalidade coerente.Depois de um desabafo constante por parte de Tim (Emile Hirsch).
Já Tim, é um garoto que vive com seus problemas de adolescência, questionando os conceitos filosóficos da vida, tentando compreender o sentido de estar naquela família e mundo.
A mãe Sandy (Sigourney Weaver)-é uma mãe que guarda um segredo que poderá comprometer todos os entes familiares.E vive a se portar como uma mulher totalmente infantil, brigando constantemente com sua vizinha,e passando por situações constrangedoras;inclusive roubando maconha do seu filho.
Penny (Michelle Williams, a Jen do extinto Dawson’s Creek)-estuda fora e aparece sempre aos feriados,distanciando-se assim dos problemas alheios que envolvem a família.
A temática do filme nos mostra, com variadas formas, uma compreensão acima das dores isoladas;e o sofrimento incomum que cada um possui.Nos mostra que o desfecho desta auto-destruição familiar, poderá voltar a ser novamente construída, se tantas questionações do dia-a-dia estranhos, forem reformuladas.Nos mostra o quanto podemos ser imbecis, e tratar o sentido da vida com estímulo depressivo generalizado,apoiando-nos em relacionamentos interpessoais esfacelados, a ordem do passado que não tende a fenecer.
Destaque em especial pelas referências musicais no contexto do filme.Ao Pearl Jam, quando um trecho da letra de Alive é lido como se fosse um poema escrito por uma garota suicida, ao Nirvana e aos Smashing Pumpkins (para sacar essa, fique de ouvidos atentos na cena da festa).
Ponto para o estreante Dan Harris como diretor, de apenas 26 anos e que; já participou como co-roteirista de( X-Men 2 e do vindouro Superman Returns)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Perdões repetidos

De repente;um incorrigível trauma,uma voz ingrata transforma toda a paisagem dos corações no quarto.Arranhando um certo gosto especial na glote e nas letras. Sem cuidado especial nenhum com o outro,o algoz arremesa no ar antigas dores;rasgando perdões perigosos à mostra.A alma ferida cata suas roupas, ante os tropeços balanceantes dos dedos dos pés,fica sem sombras para a parede incomodado,calado com seu maquinário de ilusões.
A disputa de egos se declara ambiciosa, pútrida,como pata pesada a se isolar no detentor.
Um vaso branco fino, em múltiplos pedaços se destrói na parede gelo.Um olhar de raiva se constrói.Ardor,amor,perder.Escadas de mutabilidade questionando a consciência ótica, quando ele se vê ali;naquele momento e lugar,coisas de recordações e momentos de sorrisos.
Um bolo surgido,uma emoção inaugural,surpresa de aniversário.
Cartão beijado, deixado debaixo do travesseiro,sem datas ou comemorações em especial.Café da manhã na cama,vinhos chilenos e queijos,troca de chinelos,cigarro com batom,domingo com DVD,pão de queijo no inverno,autógrafos mútuos em livros ofertados a ambos,furto de prestobarba para as pernas,uma colher para duas bocas, esconder o relógio para o despertador não tocar,fotos brincalhonas
'in natura'.
A voz de dentro,pesquisando paredes e luzes da sala;como galhos afortunados embebidos de dor,se prosperam para mais longe.
E o que éramos um só"antes" se esvaeceu no"depois"o palco então assim,construído dessa forma,numa tragédia disfarçante de misérias; se pratica em narcotizados enganos.
Depois a voz formulada do quarto, em acaso gritante,se faz por menos.Economia de beiços no largo de erros.
A desculpa fluídica se dispara,amansa no desfecho da catarse,passos rápidos e oportunos golpeiam o corredor de ecos.Um salto às costas, e um eflúvio adocicado de madressilvas ronda as narinas.
Logo distante os corações viram massa.E os pés trocados;para a sentença da cama que os decidiu febrilmente...

"A 101 engenhocas que revolucionaram o mundo"

















Site interessante que determina,quais as engenhocas que ajudaram verdadeiramente a revolucionar o mundo. Decerto não fôra um passatempo muito fácil para tais pesquisadores.
Fico imaginando que fórmulas adotadas neles se validaram, para enfim; obter compreensão total deste ideal maluco.
Ainda pode se conferir de forma engraçada "coisas" tão díspares como a escova de dentes e um robot, de datas tão diferentes como o fogo (590.000 a.C.). Ou o iPod (2001 d.C.), tão inteligentes como: o Abacus e o Computador Pessoal.
E objetos já bem familiarizados ao nosso dia a dia.Como a torradeira ou o fecho (ZIP), sem esquecer celulares, cartões eletrônicos, relógio, clip, o comprimido e até o preservativo!!

http://www.belfasttelegraph.co.uk/news/technology...


Possessão


Um filme belíssimo, retratando o mundo pragmático da literatura vitoriana; e de envolvimento de paixão proibida. Amor, poesias, drama, e cartas, se falam como âncoras, neste meio de influência novelística.
Roland Michell (Aaron Eckhart), um estudante de literatura inglesa, fica impressionado ao descobrir possíveis rascunhos originais, de uma carta amorosa encontrada num livro de Randolph Henry Ash (Jeremy Northan)- seu poeta o qual cobria pesquisas numa Biblioteca; em Londres. Fica pensativo com o material conseguido, e observando com os olhares aprisionados, percebe que tais papéis nunca foram postados numa carta, ou que livros sobre sua pessoa, sequer ousavam empurrar comentários a respeito.
Levado por tal curiosidade,e movido de determínios espiritualizados; Michell furta as cartas para si, e prossegue com seu campo de estudos em silêncio.Começa a perceber que o poeta vitoriano do século XIX, que era correspondido como marido ideal, tinha sim; a sua realidade adúltera.
Porém as cartas ditavam apenas por 'minha senhora' sem abrir proporções de quem seria verdadeiramente a sua amada, movendo uma luta esfomeada de Michell, de assim encontrar a possibilidade de respostas.
Em seus arquivos encontra algo que poderia ajudar, um nome:Christabel LaMotte (Jennifer Ehle), que também era poeta, e bissexual. Mantinha uma relação discretíssima com Blanche Glover (Lena Headey).
Os dois poetas pela história conhecida nunca haviam se encontrado. Percebendo que tal feita abriria portas grandiosas para mudança dos livros históricos, procura Maud Bailey (Gwyneth Paltrow). Bailey é uma jovem pesquisadora e pertence à família de LaMotte. No início Bailey não dá muito a mínima para as pesquisas de Michell, chega a desprezá-lo; mas com o tempo, e suas teorias cada vez mais seguras, acaba por se dar cada vez mais convencida das idéias.
Michell e Bayle acabam por encontrar as cartas de Ash e LaMotte, o qual trocavam amores e carinhos por letras.
A poesia dos dois aproximam o casal de pesquisadores, o passado então vira presente, em cada leitura de um e outro pelas mãos.
A cargo de tais papéis que busca a raridade de acontecimentos, funde-se a diferença de quem tem prazer pelo que ama e briga para acontecê-lo, e outros que vão à leilões apenas para possuir algo, sem saber a significância dulcíssima, do que aquilo representaria.
Como visa o nome do tema, é a posse a principal linha das coisas. Posse de pessoa, posse da paixão, de valores, de destinos...
E assim se leva a linhagem do nome. Possessão é um filme romântico ao extremo, levando à tona, aquilo que poderia ser guardado ou revelado, o destino enfim nunca mais será o mesmo, tudo se mudará como nossa natureza emocional e inconstante.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

"A imagem do som do samba"




[Quem não gosta de samba, bom sujeito não é...]

Hoje eu fui animadíssimo ao paço imperial, com Drica e Carol. A interpretar autores e valores nesta sentimentalidade gostosa do que reflete o samba. E sua nostalgia resistente e elástica de momentos inoportunos pela tarde, justificava este bombear de subitaneidades espúrias que expressa o coração; tudo me deixava ser o centro das atenções nas passagens, o meu melhor aspecto atarefado de arbítrios. E pude distinguir dentre tantos autores; a harmonia e o simbolismo arrastado, e a divisão de formas nas artes plásticas, do que algumas me deixaram a desejar e interpelar outros riscos.
A exposição se chama "A imagem do som do Samba" e é validado por 80 artistas contemporâneos.
(Seja pela pintura, escultura, formação, instalação...)Exemplificam formas moldáveis aos olhos e; o ponto de partida vai se iniciando colocando os fones nos ouvidos...E as retinas individualizando-se nas obras que lembram letras.
Emocionei-me em especial com Cartola do qual escutei duas músicas totalmente empolgado e sossegado. Mas infelizmente não pude escutar as demais; devido ao tempo escasso que não me permitia.

O expediente se encerrou às seis horas da tarde. E queria ver tanto o restante...Mais hei de voltar. Volto um dia para escutar mais; escutar isso que minha existência pede.
E na antiga casa do príncipe regente; me farei confortado, sem estas orfandades de minutos...O projeto é patrocinado pela Petrobrás e a curadoria e a direção geral são do professor e designer gráfico Felipe Taborda. A primeira edição homenageou Caetano Veloso; a segunda, Chico Buarque; a terceira, Gilberto Gil; a quarta, Tom Jobim; a quinta o Rock-Pop Brasileiro; a sexta, Dorival Caymmi; e a sétima a música popular brasileira.
Tudo tem seu fim, e pelo menos o meu fim foi confortante;fritas com queijo e bacon e chope e pasteizinhos no centro...Com duas mulheres que amo de forma diferenciada...

Membros e personagens desta história necessária:


ADÃO ITURRUSGARAI - O AMANHÃ

ADRIANNA EU - VOCÊ ABUSOU

AFONSO TOSTES - MUDANDO DE CONVERSA

ALEXANDRE DACOSTA - OPINIÃO

ALEXANDRE MURICCI - AGORA É CINZA

ALEXANDRE SANT'ANNA - ESCURINHO

ALEXANDRE VOGLER - AOS PÉS DA CRUZ

ALLAN SIEBER - DEIXA A VIDA ME LEVAR

ANA HOLCK - ADEUS, BATUCADA

ANA LUÍSA ESCOREL - PRANTO DE POETA

ANTÔNIO GUERREIRO - CONTO DE AREIA

ARTUR LESCHER - ANTONICO

AXEL SANDE - SE VOCÊ JURAR

BELISÁRIO FRANÇA - EU SOU FAVELA

BENÍCIO - ACERTEI NO MILHAR

BETO FELÍCIO - FOLHAS SECAS

CACO GALHARDO - CLUBE DO SAMBA

CARLITO CARVALHOSA - A FLOR E O ESPINHO

CARLOS CONTENTE - ACONTECE

CARLOS MATUC - QUEM ME OUVIR CANTAR

CHRISTIAN GAUL - NEGUE

CLAUDIA BAKKER - CONVERSA DE BOTEQUIM

CRISTINA PORTELLA - TRISTEZA

DANIEL KLAJMIC – CASA DE BAMBA

DANTAS SUASSUNA – FOI UM RIO QUE PASSOU NA MINHA VIDA

EDMILSON NUNES – COISINHA DO PAI

EDUARDO CAMARA - HERÓIS DA LIBERDADE

EDUARDO FELIPE – É HOJE

ELZA LIMA – O SOL NASCERÁ

ENRICA BERNARDELLI – SONHO MEU

ERNESTO BALDAN – CANDONGUEIRO

FÁBIO ZIMBRES – OBA (BAFO DA ONÇA)

FELIPE BARBOSA – O MUNDO É UM MOINHO

FERNANDO PIMENTA - SPC

FLÁVIO MÁRIO GELLI – AS ROSAS NÃO FALAM

GIANGUIDO BONFANTI – VOLTA POR CIMA

GREGÓRIO GRUBER – COM QUE ROUPA

GUSTAVO PIQUEIRO – ME DEIXA EM PAZ

GUTO LACAZ – MULATA ASSANHADA

HELENO BERNARDI – SEM COMPROMISSO

HÉLIO ROSAS - RONDA

HELOISA FARIA – BRASIL PANDEIRO

IRENE PEIXOTO – MORA NA FILOSOFIA

ISABELA LIRA – AI QUE SAUDADE DA AMÉLIA

J. C. SERRONI – AQUARELA DO BRASIL

JAIR DE SOUZA – FALSA BAIANA

JARBAS AGNELLI – PRAÇA ONZE

JÔ OLIVEIRA – DIZ QUE FUI POR AÍ

JORGE DUARTE – OS CINCO BAILES DA HISTÓRIA DO RIO

KATIE VAN SHEPENBERG – NO PAGODE DO VAVÁ

LEONARDO EYER – AGONIZA MAS NÃO MORRE

LÍDIA KOSOVSKI – DE CONVERSA EM CONVERSA

LOURENÇO MUTARELLI - CURARE

LUIZ BRAGA - NÃO DEIXE O SAMBA MORRER

LUIZ STEIN – O MUNDO ENCANTADO DE MONTEIRO LOBATO

LUISA MACIER – É COM ESSE QUE EU VOU

MANOEL FERNANDES – ADEUS AMÉRICA

MARCELO CORRÊA – PELO TELEFONE

MARCELLO DANTAS - ARGUMENTO

MARCOS BONISSON – BUM, BUM PATICUMBUM, PRUGURUNDUM

MARCOS CARDOSO – PRA MACHUCAR MEU CORAÇÃO

MARCOS FLACKSMAN - JURA

MARIA DO CARMO SECCO – CAMISA LISTRADA

MARIA KLABIN – APOTEOSE DO SAMBA

MARIA NEPOMUCENO – NA BAIXA DO SAPATEIRO

MARIANA MASSARANI- MEU PECADO

MARIO BAG – EU QUERO UM SAMBA

NANA MORAES – CANTO DAS TRÊS RAÇAS

NELSON RICARDO – TREM DAS ONZE

PAULO CLIMACHAUSKA – COISA DA ANTIGA

PAULO MARCOS – SÃO COISAS NOSSAS

PAULO PASTA – ARRASTA A SANDÁLIA

RAFAEL JACINTO – QUANTAS LÁGRIMAS

RODRIGO LOPES – A VOZ DO MORRO

TUCA REINÉS – SE ACASO VOCÊ CHEGASSE

VALÉRIA COSTA PINTO – LATA DÁGUA

VÂNIA MIGNONE – MADUREIRA CHOROU

VILMA SLOMP - COPACABANA

WALTER FIRMO – O MAR SERENOU

ZECA FONSECA – CHICLETE COM BANANA

ítio: www.aimagemdosom.com.br

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Circus Museum


[Para quem perdeu o medo de palhaço...]
Para os amantes da arte circense, lhes apresento um site super interessante montado por 'Jaap Best' um apaixonado e curioso estudioso, que montou um acervo descomunal; formulando a maior coleção holandesa de aspectos circenses de todos os tempos.Ali você encontrará posters antigos, desde data formulada de 1880 até o presente, e muitos outros também à venda.O site se divide por várias categorias, encontrando-se em seu conteúdo : teatro, folclore, treinadores de animais, danças, palhaços, “freaks”, mágicos, música, acrobacias dentre outras.
http://www.circusmuseum.nl/eng/

Visões definhantes

Ele sofria feito um diabo, sendo castigado grosseiramente, na ardência do encolerizado sol que; chispava acinte contra seu rosto chupado e frágil.
Andava em passos esprimidos, como se nestes repousasse bronze.E na dimensão solitária dos acontecimentos, cantava certa música conhecida de infância.
Na memória resgatante, uma resquiciosa passagem do pai, e nos músculos dos braços pra terra, a sensação de cansaço quase lhe beirando a beijar o solo quente.
Sentia uma angústia quase profunda, experimentada nestes sobressaltos rasteiros, que a realidade da seca lhe proporcionava.
Já tivera noites em que pensara sempre em desistir de tudo, encafurnado, fumando os poucos cigarros que lhe restavam no bolso.Mas a imagem da mulher e das crianças provocava-lhe uma prodigiosa força de blocos, arrancando qualquer padecimento sem-conta que viesse a surgir.
Lívia já era menina desmoçada quando o cenário os uniu, e já carregava um fruto de outro homem.Mas Mariano não pestanejou, e com ela ainda embarrigou dois filhos.Moreno e Teobaldo.
O que Mariano queria não era muito, apenas o que deseja todo homem, um pouco de conforto.
E plantava e plantava, e esperava algo, e queria água farta, queria mandacaru para dar ao gado novo, alface, cebolas, hortaliças em multidão.
Mas a terra era teimosa, oposicionista nata de lutas,e com ela; a desavença de palavrões por parte de Mariano. Lívia levantava para saber se estava tudo bem, e trazia na mão direita um copo de leite. O tempo se passava e pronunciava nos seus pequenos olhos, o mesmo futuro que o pai ofertara.
Sabia que não poderia mais ficar ali, abstraído com seus resmungos confusos. Catou os dois meninos, arrumou de sua melhor roupa, tomou do cavalo no pátio, chorou remorsos, espelhou diálogos na porta de casa.E disse a mulher:- Vamos mulher!Que o nosso romance só está iniciando!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O que fazer em caso de incêndio??''Deixe queimar...''

[Filme contribuído pela Tati]

Um filme brilhante ofertado pela legitimidade da união, e favorecimento de jovens com destinos e sonhos que almejam por seguir;numa conturbada Berlim no período dos anos 80.
Seis amigos anarquistas,ocupam um prédio e lá realizam seus experimentos com bombas caseiras.Todos com um mesmo ideal em comum, e quereres de rumos.
Após a queda do muro; passado quinze anos,Tim, Terror, Flo, Maik, Hotte e Nele, não são mais os mesmos, salvo apenas Tim e Hotte;que permaneceram satisfatórios em seus ideais de anarquismo.
A nova Berlim traça novos rumos e carreiras ante à turma.O crescimento capitalista empurra alguns para esta fonte de soma mantenedora.O reencontro se torna súbito;quando uma bomba caseira,esquecida por estes,explode consequentemente numa mansão abandonada em Grunewald em 1987.Isto Força com que se juntem novamente e discutam a melhor saída,com medo de que o detetive de polícia Manowsky os encontrem,e destruam suas possiblidades de vida.
O filme conta ainda com trilhas sonoras de:Iggy Pop,Radiohead e Manic Street preachers.
Em sua estréia no cinema,o diretor Gregor Schnitzler, faz-nos uma brilhante apresentação com seu longa, falando de amizade, amores, humor, e temas políticos, guardados nesta comédia dramática que não pode deixar de ser conferido.

Sempre Carl Dreyer


[Recomendo 'Dias de Ira' e o 'Martírio de Joana D'arc']

Carl Theodor Dreyer,sem dúvida nenhuma;foi um dos nomes mais expressivos e importantes, dentro do cinema.
Este senhor dinamarquês, que sempre vivenciou a experiência máxima da religiosidade nos seus filmes,do bem e do mal,de Deus e o diabo abraçando repentinamente nossas retinas;e cercando idéias metafóricas diferenciadas à nossa moral;constrói e anima,uma realização da razão amiúde em tela.Ele sabia transmitir com sutilezas e coragem,a delícia descomunal da fotografia, da imagem;sem que para tanto,precisasse representar pelos personagens, inúmeros diálogos febris.
Era tão bom,que de poucas legendas se vestia, preferia com maior zelo, expressões;e abria outras dimensões à temática dos seus filmes.Conhecido como 'o grande cineasta da vida interior' seu primeiro tabalho realizou-se em 1918,e conta-se histórias de que no Martírio de Joana D'arc,teria deixado a protagonista Falconetti quase louca,devido a excessiva carga de expressões faciais que deveria conter a personagem.
Bergman mais tarde faria escola com ele,dando continuidade ao cinema nórdico transparente e; assimilando de forma clássica,as metafísicas de diferenciações de angústia, que pode desencadear o acerto certo da história do cinema.

Selton Mello esbanja talento e cinismo sarcástico, ao retratar em‘Meu nome não é Johnny’ a vida do traficante que não se dizia bandido.


Assisti a algumas semanas atrás, no cinema; o filme “Meu nome não é Johnny”, que tinha previsão de lançamento para este quatro 4 de janeiro do ano de 2008. Seria uma adaptação bem sucedida do livro homônimo do jornalista Guilherme Fiúza.Que tive oportunidade de comprá-lo num sebo ao ar livre,no largo da Carioca,e acreditem;pagar uma bagatela de r$1,00;quando nem pensavam em recontar a história de João Guilherme Estrella para a cortina dos cinéfilos de plantão.
Em matéria de procurar livros baratos, confesso,sou chatíssimo pra isso;rodo sebos e sebos até me contentar com determinado preço e conteúdo.. Jovem de classe média carioca, sujeitinho sempre carismático e inteligente para muitos,João virou rei do tráfico de drogas da zona sul do Rio de Janeiro nos anos 90.
Selton Mello encara o papel de traficante,com genialidade e bom humor,temperando de forma artística, a verdadeira natureza de justificativas do protagonista que;ainda vivo,pôde colher elementos supresa para o vivenciamento do papel ficar ainda mais realístico.Enquanto que o diretor Mauro de Lima,traçava seu concentramento de fotografia e imagens por trás das câmeras;riqueza e luz sensíveis alteram todo o quadro de personagens.Delicadeza, tragédia e emoção, são pontos fortes da trama.
A trilha sonora também rouba a cena,com músicas de Lobão e Titãs por exemplo.E festas regadas à bebibas e drogas consentidas em sua casa.Que enfocam o espírito bon-vivant de ser.João se dizia traficante, mas nunca bandido.
Não se sabe pela própria facilidade de seu crescimento,ou seus contatos cada dia mais gritantes,acabou por fim entrando no circuito internacional do contrabando de drogas, e com tal resposta a polícia federal chegou ao seu encalço.O protagonista realça o seu grande auge quando assumia viagens luxuosas; até sua verdadeira decadência de dois anos de sofrimento numa prisão. Filme polêmico que diverge e encara ainda mais o papel das drogas na sociedade, e com tal efeito;suplemento de discussões na mesa de bar.

Futuro amanhã que me respira

Me tomo de tantas vozes rompantes e iniciantes,se aflorando neste mistério da mente que inicia.Sem sabedorias.Sem espaços de tipologia.Sem união presente.Que exorcisma,pula,veste meu melhor silêncio precioso;o próprio senhor enigmático do caos, e que se manifesta entre as paredes úmidas da sala branca, um querer qualquer melhor de mim que não sou.
E aí se cria uma insistência de fascinações quase infantis,respira sonatas de passividade emocional;e os velhos discos de vinil,guardados em plásticos inseguros, morrem temperantes nos tímpanos.
É dia de encontrar-se ou se conformar com tua identidade mais conhecida.Dia de ficar dominante no sofá, ligar a televisão e deixar o controle remoto mudar tua visão de realidades.
Dias sem futuras crônicas,aprisionando as responsabilidades de letras para outros dias sinceros. Nestas horas penso nos amigos universais (atomizados companheiros que nunco ligo, mas sei a forte atração do coração enfatizante).
Talvez me fale melhor por estas tolas memórias que cantam o passado.Transformo minha natureza hospedeira para outra complexidade delirante,e acendo um cigarro; e me encanto conhecido- somos todos seres de fanatismos e contradições. Somos todos esboços com alma.