sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Natureza de questões

[Procuro abordar primeiramente, que este antigo texto meu; hoje já não me procura soar com as mesmas notas...E que por medidas perfeccionistas;procurei lapidar ao máximo e de outras formas até chegar um senso comum mais gritante e destinado das linhas de hoje...Algo de me redescobrir por novos e límpidos papéis...]
Ela se espalhava toda em mim de devaneios,acalmando certa consciência desolada,empolgada;personagem infernal de imaginações comendo meus transes insanos.Vadia de toda promiscuidade comparável que mergulha no aniquilamento da pele,do sexo;de exercício de gostos e instintos prematuros na hecatombe de prazeres.
Com seus milhões de motivos bobos,loucos,agressivos para viver e transmitir à noite passante.Seus pés quentes deslizam e rondam meus tapetes velhos e apreendidos de passos,com sensações apertadas de libido;invadindo e invadindo todos os meus segredos que odeio guardar,e como odeio guardar...Vai ficar mais uma noite e na seguinte atropelará minhas narinas com seu gosto doce de cabelos,vasculhará meus canais do coração,beberá de minha política aguda,de meus pecados não confessados,do sujeito inesperado que brinca portas... Seviciará minhas costas sofregamente doídas do sol,das mensagens que abandonei por continentes,de poltronas que descansei por deixar de escrever.Vai me disparar sua saraivada de beijos vermelhos e molhados, colando a carne forte e conhecida entre humores maravilhosos,entre uma saliva física e outra encontrada por sobressaltos,provável instante de sangue,da máquina de desabafos.Será um carimbo branco de ternuras,um descontrole preocupado e suspeito,gerando histórias e histórias completas;edifício de experiências que impressiona,e mais tardar será fome na madrugada...O cheiro de shampoo entre as gotas d’água,nossas vestimentas tão pesadas,meu trocar de meses de vinhos e som... O trabalho e jogo do amor,teu batom na minha gola,olhos fechados pro desejo,fantasmas graduais na minha escada que não creio,tua cabeça precoce nos ombros do meu ensejo...Pescoço,face trêmula,dentes,estudo de memórias,de ego,do jardim esquecido na dispersa dos braços,das mudanças de barco,do contra-senso dos loucos que sabem não ter esperanças.Minha disciplina concentra toda tua oferta tentadora e escrava do apetite gregário,refreando o sono febril que ainda se toma pela vitrine dos músculos,na face rígida, retesados e maciços sobre a cama.Heroína criativa de retratos e lembranças,tanto na ordem da memória adesiva,como no controle dos sentimentos...Tudo se faz por mais,crescido; quando no perdoado de desculpas à sentimentalidade floresce.E ali que eu;devidamente fisgado, abraçado pelos teus mistérios incautos,rabisco na melancolia uma soma de atenções fingidas...Você sonha em poder voltar tão somente por tantos erros,tantas falhas inúmeras e ridículas,tanta infantilidade cegante,que brinda vez ou outra minha resistência da reconquista.A fumaça colubrina adormece pelos tijolos expostos, minha xícara de textura branca já nem é mais branca.Assim como o drinque que contrasta com seu amargo pesar,minha “espelunca” de idéias e fôlego e saliva,morrem nos olhos do escritor.Talvez seja outro amor de outro dia,talvez eu ame em Viena...Ou deixo os projetos de anos numa gaveta.
De qualquer maneira sintonizo e executo a forma primeira do coração, carregado de desesperos,arquitetura,doses criminosas,pedra na corda,sedução.Penso em tudo e tantas...E pelo reinar de matérias, são apenas alegrias enrugadas,eternizando opiniões.Tua boca adoça minha dores,aventurosa e acontecida criação de vontades...Enquanto que tuas pernas brincam com minhas mãos que ondulam pelas formas.Atropelo qualquer disparate de dar-me por vencido, no que teima o flagrante de vergonhas ser armadilha...Não sei mais o que é suor ou saliva...Não sei mais o que é calor ou luz do quarto...Ainda atendo progressão de fantasmas na escada,com maior gerência reaparecida...Como um ser mais perto e presente que lhe clama toda atenção, tentativa de direções dramáticas que transbordei.Que divide o resto do cigarro nos dedos da mão;e o restante de qualquer bebida quente pelos pedaços de envelope que espalhei no lixo...