sábado, 28 de agosto de 2010

Dia dos diabos em que nada observo e tudo faço,as pessoas parecem atender alguma necessidade estranha,destrambelada por estas tensões d'água.Narcisistas dourados não cansam de defender seu espaço ao sol sob o dilema das peles torneadas.Vivem importantes sem ter qualquer tipo de validez,de nem perceberem os paralelos de amores que se conscientizam e objetivam pra um próximo beijo recomendado.
E olha que nem conheço dos flertes, de caber neste mundo tão ralo,sou naturalmente aceito no segundo plano e perdido nas íngremes ilhas oceânicas.
Aonde fui castigar meu resumo de poesias?Os versos meramente fracos,inseguros,nunca operando como fiscal da atração!Porque o que se decide são os contraditórios corpos,que num pacto de cansaço abraçam o temido desconhecido,sem saber nada da sintonia das transações,o constatado alvo alinhado que se aplica,adivinho,feito às pressas porque o prazer sabe diversificar estas questões do caos...(continua)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Por acaso é outro dia


A primeira vez que a vi assim, deitada nua,comprando outras páginas de sonhos por detrás da pintura do barco vermelho,com meu primeiro fotografar de olhos correndo por sua pele inteira;fez-me pensar amplo e amiúde na plataforma da paz. No que seria aquela fonte duradoura trazendo-me matérias tão prazenteiras,novas.
E que meus apegos e acontecimentos partiriam dali e amanheceriam diferente comigo, e me provocaria mais tarde esta insistência particular de cultuar a origem dos sentidos.Talvez porque nestas maioridades de gratidões que tua boca acusou,os horários sempre souberam cumprimentar-me bem.E o desviamento dos maquinários soltos,ponteiros loucos,cessariam na sociedade primitiva que nos perseguiu.Pensar mais tarde que ela acordará e se levantará séria, mastigando seus processos pacíficos de explicar como será seu dia.

De aplicar perfume nos pulsos,na nuca,maquiar-se em ângulos perfeitos e fazendo-se de desentendida,pra mais tarde calçar sua bota sintética envernizada e correr atrás de um táxi num dia nublado e plastificado como este, porque está aí atrasada e que mais tarde me ligará contando que sairá cedo pra pegarmos um cinema no centro.

Dizer que possui milhares de números no celular mais só liga diariamente pra quatro pessoas.

Que já não suporta mais o esquecimento do jornaleiro em entregar-lhe o jornal e que receita de avó já não cura mais tuas ressacas,que esqueceu novamente de dar comida pro gato e desmarcar o horário de eventos,riscar inimigos da agenda,completar o resto da coleção de classic movies e desculpar-se com os professores da pós pela sua ausência.

No sábado tem jogo do Vasco que assistirá com as amigas e olha que anel mais lindo que eu comprei,que vai combinar com a saia branca que vestirei na feijoada de Pedro, que toca sempre samba de raiz no jardim de inverno.

Tem dias que o sono irá mais longe,deixando estas madeixas substanciais se derramarem como folhagens nos travesseiros,e vai encolher-se toda porque o frio não conforta!

Vai falar dormindo pra não perder a linha da conversa enquanto Tim Maia joga o seu Soul nos ouvidos.

Virá outros dias sem falar muito, deixando decifrar alguma revelação finita pelos umedecidos lábios e que não faltou com as compras de quarta-feira.Sua demanda de trabalhos não a deixou comer nada o dia inteiro e 'ai amor,que fome!'
Às três da tarde visitou a mãe no hospital e amanhã terá alta sem falta.Olha que preço de vinho maravilhoso!E na outra mão vários queijos pra degustarmos!Amanhã é dia de folga temos tanto pra passear e vai me jogar este olhar de fêmea louca,loba tocante que desenhará minhas costas,trará copos de cristal pra brindar,brincará com sua atração pelos cantos da casa,vivenciará travessuras sem lugar,derrubará as cadeiras de mogno que herdei de meu bisavô,será inquieta na cama até abrigar-me no teu ventre mais aceito,e deixar exercitar nossa essência de poros sem trens passantes,porque o semáforo sempre estará no verde.

Há de falar-me com ternura suas próximas aventuras,que não conseguiu terminar o trabalho ainda guardado no word,que minha barba está crescendo e machuca.O salto desgastado precisando de conserto e não é assim que dá um nó windsor duplo não,é deste jeito e vai um pra cá e depois passar por cima e ajeitar,viu?!Prontinho!

Amanhã ela chegará novamente atrasada no trabalho eu sei,e sem cigarros!


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Corte de fazenda


A última vez em que pude adorar um veludo assim, foi na descuidosa e curiosa passagem sexual quando criança.Aonde secretamente imaginava as modelos de prova vestidas em seus modelitos sessentistas.
E que nos meus inúmeros comentários calhordas,desabafei palavrões ante minúsculas frestas de fechaduras enferrujadas!E docemente foi meu transe servidor, se subtraindo no que era mágico o poema estrutura,carregando-me como alvo pelos ventos coletivos!Ou que por certa hora repentina, omiti minhas veias de verbos cansados!
E eu não era nada tolerante e nada tácito nas bebedices,abordando tudo que o era mais libertino nos seus doces ouvidos!Queimando veneno nas suas clavículas baixas.De qualquer gênero;incalculavelmente o meu peito latejava assim,conjunto e sacerdote nas voltas pelas cadeiras.Ou que se ganhava mais tarde àquele afloramento de respostas entre nossas pernas arranjantes,e as reproduções mais fartas e vivas de seu batom cabendo nos meus sonhos,causando brotejar de centelhas nos sorrisos tímidos.

Eu fui perpetuando este indício de dedos mais enfurecidos e angustiados sobre a pele nacarada e suada,com o esquecimento de vozes e cobrança.
E na manifestação de traços e cortes retos do vestido;lembrei-me vagamente e distante da minha pequena senhora,qualquer coisa que aí pousasse a marca registrada de minha mãe.

Minha mãe que tinha transições de coloridos e decotes...Que sabia transformar o vazio; numa 'Mademoiselle femme fatale' fluídica pessoa que moldava corpos e andares.

E isto em vertente melhor eu soube vivificar bem assim,reconhecendo o mapa dos bustos,a tonalidade mais aberta dos saltos,tudo carinhosamente atravessado através da velha dama...

Meu testemunho fresco se rendeu por dias,pela sua labuta de horas na madrugada que não descansou, de todo aquele seu esforço mais inseguro ou primeira linha de pontos em que se viu questionativa, e ferindo fértil à renda francesa pelas agulhas,detalhou o molde!

E eu estava todo por ali;e ela ia assim também por mim, se jogando com seu lado bom de perfumes de madressilva.Sobrando minha oficina de coração,caindo dançante sobre o salão claro com seu longo azul.Parecendo sair disfarçante de toda sua provisoriedade de ambições,de suas travessuras pueris e que eu respondia melhor com minha natureza de sóis.

E que outros passos mais bacantes e indiscriminantes ganhava todo este senhor de livros e garrafas!

Meu par carecendo de estradas e que ambos rodávamos como piões sem negações de séculos sob o lustro neoclásssico iridescente.

Os passos,de todos passos;passava,passos.Éramos nus,e porventura incomuns!Ganhávamos representação dominante e matrimonial por entre os casais mais conhecidos,os mais queridos,e que éramos nós ali,tudo!Sim,porquê o tudo se consolidava diferente!

Não iria querer ver mais transeuntes,mais olhares...A música se tornando mera coadjuvante,quase alva,plasma,se desdobrando em manobras, ganhando toda a lembrança da espaçosa casa antiga...

Deixei seus cabelos domarem pra cá e pra lá,e tinha sem exageros estas amarrações mais nobres,este conchego redondeado e encantante,recordando minha ativa busca na matéria do prazer.

E minha concentração de:cumprimentos maquinais,consolos instrutores,formulações poéticas,ideologias estabanadas...

Nada coexistiria melhor minhas neuroses,quando a tensão que a tua nuca se permitindo densa fazia,personalizava minha reinação de dentes!

Eu confundi meus pactos com teus fios,certo que nós amantes de antemão e repentinos,permitíamos a passividade das declarações,eram pequeninas frases devastadoras que arranhavam almas.

E nasceu este teu afogueado de seios que não tinha e o despejo distraído da bebida na gravata,e todo o meu gozo eu queria lhe servir.Aterrorizaria seus ombros nos recursos de lábios,menininha que escancara os dentes e barulhenta ataca minhas proezas.Talvez eu me permita leviano,com demandas de promessas lambidas que desaparecerão na excelência do dia.Nem iria também esforçar-me assim pra ganhar tua caça!Com tamanho risinho demorado e que me enterra forte a língua mais tarde e não se cala,quase com raiva,querendo investigar minhas cortinas perdidas.

Quero reinar neste teu corpo que tem uma correntinha com asas perpendiculares,e que o vestido teima em enxugar-me os dedos.

Atingirei a paciência trêmula,intrigante,com meus caninos atrasados que correrão coxas,alçará voos por teus olhos irremediáveis,sem qualquer coisa de interesse comum torcendo a seção de apetites.

Somos propositalmente felizes,sem nomes,na descoberta disfarçada do sentimentalismo.Você apressada que ainda carimba o mesmo batom e fala sobre Europa e eu querendo o cavalheirismo quente que nunca herdei.Somos jogados de estilos,folheando nossos contos por conveniências de copos de vinho.Você está tão linda perto do toca-discos,mostrando cara de bobinha e novidades.

Compartilhando de certa forma tua maneira engraçada,doutrina;no que me abraça toda negação de defesas que a fonte alheia seviciou...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Segunda parte

Não parei pra fingir,e nem montarei banda comercial pra vender-me!Braço quebrado;quatro meses sem poder tocar guitarra e é tudo tão estranho,perder tantos compromissos sem sentido!Ainda percebo a praça e a árvore anã que arranjei míseros acordes,não vou me vender,não vou.Quero construir meu aspecto de tempo e ideias,quero construir meu templo e repousar religião,simples assim...A cama dando temperamentos de meu sono.Mexo pra um lado e outro, e ainda estou incomodado.Quero mandar todo mundo se danar!Não almocei ainda,não sei o que tem pra comer!Tenho que me levantar,telefonar pra uns amigos,abraçar alguns ombros,virar alguns copos.Lembrar de comprar cigarros,sim,isto é mais do que importante.Quem é Amanda,mesmo?Recado no bolso.Como eu cheguei em casa?Ou alguém me empurrou pra dentro de um táxi?Lembro apenas de ter andado vários quarteirões brigando,acho que foi ela...Mais não foi a Amanda,tenho certeza.Meu pai viajou hoje e deixou vários recados,manual de sobrevivência interina.Liguei pra várias pernas,mais as pernas não se ofereceram.Arranjar músicas e cartas,arranjar músicas e cartas;tudo com o extremo cuidado!Ainda estou me adaptando pra escrita,aos poucos confabulando minhas cenas.Amanda me mandou uma mensagem de texto,mais quem é Amanda?Thiago sabe do ocorrido,vai me ajudar a compor,liquidar a cabeça sem irritações e sem uísques,talvez três ou quatro músicas estudadas.Está muito bom!Eu pretendo qualquer coisa do gênero.Deixei uma grana naquela produtora que não me ajudou em nada,nem vai ajudar.Sinceramente,eu não sei aonde vou tentar arrancar mais coisas interessantes pro meu trabalho,eu não encontro saídas com horários e humor,tenho que agir esta ampulheta que cai;sem maiores fadigas emocionais.
Meus dedos desfazem controle remoto nos dias,não existe nada de interessante na tela,tudo chuviscado.No afã de meus esforços alternativos penso em alguma música de Roberto Carlos,folheio alguns gibis antigos,nada que me contenha:lugares edênicos,fábulas tortuosas,economia subdesenvolvida,mundo estranho e vomitado,algo que me permaneça mais lamentável!Qualquer editor proprietário que tenha compromissos pra desnudar as nobres palavras.Tenho tantas contas pra pagar,tenho que mudar o óculos,comprar uma guitarra nova,sarar do braço e ser premiado com alguns aplausos.
Se eu fosse ator e tivesse um rostinho bonito na tv, quem saiba estaria agora tirando férias despreocupado na Europa!Tenho que anotar este previsível verso que não ficou legal na terceira linha,não rimou com os meus astrais.Minha mãe foi embora sem poder me dar nada de impulso...Histórias e histórias,tenho que crescer nos versos,sou tão fraco nos versos!Minha barba cresceu muito,tenho que aparar!Estas dificuldades com a mão,até quando?E o Thiago que não me aparece,não estaria aqui às duas da tarde?Três cigarros e nada de telefone do Thiago.Sobrou apenas minha força metafisicamente bonita pra conseguir comunhões de mensagens,da vida que me consome;de sei lá o quê e ainda assim estamos vivendo bem!Nada de culpar ninguém ou diferença de complementos!Estou mais feliz e é assim,tudo assim!O braço incomoda e dói,quero tocar qualquer coisa,algo que me renoticie Santa Teresa.Roberto Carlos não sai da minha cabeça e Richard Wagner também não;nem tenho sonhos,nem opino nada ou algo,sou sempre aquele sujeito que aceita tudo de fora.Segunda mensagem de Amanda sem conhecer,vou agora responder!Ela deve estar preocupada!Qual a próxima identificação da música?!Thiago filho da puta está trazendo uísque!Falei pra ele não trazer uísque porra,no final não vai sair música nenhuma ele sabe, porra;ele sabe...Vai estragar minha tarde...