sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Corte de fazenda


A última vez em que pude adorar um veludo assim, foi na descuidosa e curiosa passagem sexual quando criança.Aonde secretamente imaginava as modelos de prova vestidas em seus modelitos sessentistas.
E que nos meus inúmeros comentários calhordas,desabafei palavrões ante minúsculas frestas de fechaduras enferrujadas!E docemente foi meu transe servidor, se subtraindo no que era mágico o poema estrutura,carregando-me como alvo pelos ventos coletivos!Ou que por certa hora repentina, omiti minhas veias de verbos cansados!
E eu não era nada tolerante e nada tácito nas bebedices,abordando tudo que o era mais libertino nos seus doces ouvidos!Queimando veneno nas suas clavículas baixas.De qualquer gênero;incalculavelmente o meu peito latejava assim,conjunto e sacerdote nas voltas pelas cadeiras.Ou que se ganhava mais tarde àquele afloramento de respostas entre nossas pernas arranjantes,e as reproduções mais fartas e vivas de seu batom cabendo nos meus sonhos,causando brotejar de centelhas nos sorrisos tímidos.

Eu fui perpetuando este indício de dedos mais enfurecidos e angustiados sobre a pele nacarada e suada,com o esquecimento de vozes e cobrança.
E na manifestação de traços e cortes retos do vestido;lembrei-me vagamente e distante da minha pequena senhora,qualquer coisa que aí pousasse a marca registrada de minha mãe.

Minha mãe que tinha transições de coloridos e decotes...Que sabia transformar o vazio; numa 'Mademoiselle femme fatale' fluídica pessoa que moldava corpos e andares.

E isto em vertente melhor eu soube vivificar bem assim,reconhecendo o mapa dos bustos,a tonalidade mais aberta dos saltos,tudo carinhosamente atravessado através da velha dama...

Meu testemunho fresco se rendeu por dias,pela sua labuta de horas na madrugada que não descansou, de todo aquele seu esforço mais inseguro ou primeira linha de pontos em que se viu questionativa, e ferindo fértil à renda francesa pelas agulhas,detalhou o molde!

E eu estava todo por ali;e ela ia assim também por mim, se jogando com seu lado bom de perfumes de madressilva.Sobrando minha oficina de coração,caindo dançante sobre o salão claro com seu longo azul.Parecendo sair disfarçante de toda sua provisoriedade de ambições,de suas travessuras pueris e que eu respondia melhor com minha natureza de sóis.

E que outros passos mais bacantes e indiscriminantes ganhava todo este senhor de livros e garrafas!

Meu par carecendo de estradas e que ambos rodávamos como piões sem negações de séculos sob o lustro neoclásssico iridescente.

Os passos,de todos passos;passava,passos.Éramos nus,e porventura incomuns!Ganhávamos representação dominante e matrimonial por entre os casais mais conhecidos,os mais queridos,e que éramos nós ali,tudo!Sim,porquê o tudo se consolidava diferente!

Não iria querer ver mais transeuntes,mais olhares...A música se tornando mera coadjuvante,quase alva,plasma,se desdobrando em manobras, ganhando toda a lembrança da espaçosa casa antiga...

Deixei seus cabelos domarem pra cá e pra lá,e tinha sem exageros estas amarrações mais nobres,este conchego redondeado e encantante,recordando minha ativa busca na matéria do prazer.

E minha concentração de:cumprimentos maquinais,consolos instrutores,formulações poéticas,ideologias estabanadas...

Nada coexistiria melhor minhas neuroses,quando a tensão que a tua nuca se permitindo densa fazia,personalizava minha reinação de dentes!

Eu confundi meus pactos com teus fios,certo que nós amantes de antemão e repentinos,permitíamos a passividade das declarações,eram pequeninas frases devastadoras que arranhavam almas.

E nasceu este teu afogueado de seios que não tinha e o despejo distraído da bebida na gravata,e todo o meu gozo eu queria lhe servir.Aterrorizaria seus ombros nos recursos de lábios,menininha que escancara os dentes e barulhenta ataca minhas proezas.Talvez eu me permita leviano,com demandas de promessas lambidas que desaparecerão na excelência do dia.Nem iria também esforçar-me assim pra ganhar tua caça!Com tamanho risinho demorado e que me enterra forte a língua mais tarde e não se cala,quase com raiva,querendo investigar minhas cortinas perdidas.

Quero reinar neste teu corpo que tem uma correntinha com asas perpendiculares,e que o vestido teima em enxugar-me os dedos.

Atingirei a paciência trêmula,intrigante,com meus caninos atrasados que correrão coxas,alçará voos por teus olhos irremediáveis,sem qualquer coisa de interesse comum torcendo a seção de apetites.

Somos propositalmente felizes,sem nomes,na descoberta disfarçada do sentimentalismo.Você apressada que ainda carimba o mesmo batom e fala sobre Europa e eu querendo o cavalheirismo quente que nunca herdei.Somos jogados de estilos,folheando nossos contos por conveniências de copos de vinho.Você está tão linda perto do toca-discos,mostrando cara de bobinha e novidades.

Compartilhando de certa forma tua maneira engraçada,doutrina;no que me abraça toda negação de defesas que a fonte alheia seviciou...

2 comentários:

Tati disse...

A representação do que é gesto, do que é gosto, do que é etéreo...

Thiago Quintella de Mattos disse...

Baixou um Oswald de Andrade aê!