quarta-feira, 14 de julho de 2010

Interior

Sento ao seu lado,esfrego as mãos de maneira ansiosa,os pulsos frios e suados;se você pudesse me dar este canto aqui, que eu preciso tanto!E pra que tantos cigarros que deito o pé?Poderia dançar como louco eu em meu terno alinhado e você docemente com sua comunhão de pés,alinhando a compatibilidade de ritmos.
Mais acho que minha cadeira está fora do lugar,eu não estou em canto nenhum e de recordações!Estudo toda esta tua simetria de rosto,e que rosto!Nele a natureza é mais inquieta e martirizante,não posso nem pensar mais alto,talvez você desconfie pensamentos.
Como seria ocupar esta condição de outro?
Esfomeando as bocas paralisadas e sorrateiras,fechando todas as portas e cadeados.
Mais eu estou aqui,acrescentando dez batidas por segundo no peito,e algumas respirações horrendas.Por que os covardes, em constrangimentos ou rabiscos de culpas nas frases frustradas,não ganham sílabas de heróis?
As mãos angustiadas e compositoras,angustiadas e compositoras...
Hmm só compositoras,vamos fazer e dizer assim!O suor transformando minha vida,sempre este maldito suor,quero enxugar estas águas.Uma nuvem com seus pingos vão se rebatendo no teto,sei que a chuva pede,a chuva metralha no asfalto!Por que me joga o cabelo assim?E deixa teus círculos de perfumes navegarem meu guidão.Abre o caderno,escreve algumas coisas!Engraçado,eu sempre faço isso também!Só que não tenho este refletimento de ideias,grudado nos dedos que correm sem margens,como avançando pintura na tela e democraticamente analisando o corpo que vai ganhando bandas de dobras.Quero acreditar nesta minha fêmea,gritar minha raiva convenientemente sentado.Como seria bom folhagens me tirarem o sono,enquanto sua cabeça ao acaso voltasse pra minha e nunca saíssemos.E eu me participasse por tantos bares, visitando poemas,agredindo a paciência solitária de outros convivas,rasgando asneiras,encarando calmante o copo.
Não sou inquilino de seu olhar e nem jantar,aqui dentro existe só um zumbido de trabalhos.Você nem imagina o quanto o meu sonoro poderia esbanjar a peregrinação de teu destino!Eu deixaria de ser nômade,faria meu território,meu consulado seria digerível.
Mais estou aqui de maneira e em parte,compreendido na saudação das águas que espelham meu rosto.Ela sai confidencial,enterrando meu suor de punhos,nem deixando o guarda-chuva lhe andar como louco até a sua porta...

Um comentário:

Tati disse...

Sempre bom te ler. Repetidas vezes.