terça-feira, 11 de maio de 2010

Desaparecido

Tristemente eu me contraía na cama,recebendo tuas toadas perfurantes e indecifráveis como aviso.Na tua boca molhada e perigosa,cantarolava com sorrateira vontade meus olhos redondos e grandes.Machucando minha singularidade maciça das órbitas,de tuas pernas quentes que se enfeitava tão presente às minhas.
Um sentimento estranho de necessidades que; se possível descoberto, me visitaria em outras formas angustiadas, outras vozes condenáveis na enormidade de nossos encontros.E as minhas frias frases adormecidas ganhariam mais fronteiras,desperdiçaria coisas estúpidas da vida pro ralo,e nao mexeria mais nada adiante.
Estas revoluteavam transparentes, assuntos sem maiores reminiscências,sem liberdades,uma mesquinhez de gestos que redescobria a melancolia como especiaria nova.
Àquelas já não se entregaria assim;se perceberia mais faminta de meus tormentos entesados,passando a separar o meu humano com um certo sorriso provocador, deixá-la despentear meus magros cabelos até o cair dos fios,desolar meus minutos vitais em dias que jamais voltarão,então me farei...
Já nada se faria embalar por qualquer palavra corroída,arrancar de mim tais rotinas desmoronantes da insegurança!Nossas pausas marchantes nem precisaria respirar!E a mente quem saiba te esqueceria,mais nunca se esquece,nunca;esqueça tudo isso!Ah,e como é triste isso!Como é triste!Jamais deveríamos levar tantos sustentos pobres na florescência de colônias.
E que então você me viesse forte,com esta tua decente conversa de centelhas,e estes mares de lábios sábios,e estes braços feitos galhos fortes à conversar meus problemas de manhãs.E acontecer hábitos de dançar dedos sobre minhas maçãs,no canto fino dos lábios que desenham surrealistas traços,na tua boca aberta e presente que opera melhor o gozo!
Eu não sei representar minhas visitações e emoções casuais por períodos,passear em travesseiros provavelmente oportunos,nem ter que pagar meu medo em histórias turbulentas!Eu só aceito sim examinar as minhas caminhantes loucuras em longos invernos,no emprego das férias desconhecidas que sobretudo examinarei mudo, nos pequenos detalhes de países que sempre sonhei e ainda farei visitas.Sentir o contra-senso das tuas mãos tocar-me e discutir rumos na compreensão da pele nova!Tudo tão bom!
Quero cantar outras canções,figura humana que dança sem mostrar o reflexo de diferenciações.
Tuas mãos ainda deitam sobre meus cabelos,e eu juro que não sei responder por mim!Nem por ti...

Um comentário:

Tati disse...

Tuas descrições, tão cheias de cuidado e ritmo, estão ficando cada vez melhores. Sim, sim: seus textos têm um ritmo delicioso. Tua marca, Jordan!

Salve a poesia [romanceada, concreta, maldita] que há na vida dos nossos personagens!