quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Zunzum

Numa conversa tumultuada de samba, ele diz que quer mesmo é se perder em garrafas.Fala isso nos olhando e lembrando que; retratar e consolar certas saudades perdidas, dá mesmo é muita dor de cabeça.O debate assim seguia imediato, quase esquecido em ligeiros minutos, por força de uma observação seca do jardinzinho de Dona Dora, que desabrochava devastador.Os cotovelos roliços e tortos agora procuram a existência morta da mesa azul.Freneticamente e sem culpabilidades,vai deitando súbito a cabeça e entregando-se ao seu suor calado,pensando numa maneira de atirar o chapéu na marcha terceira do horizonte invisível. Definir a verdadeira convivência dos vagos espasmos que ficou limitado,dos pés emergenciais que prosperam cedo na cadeira.Ninguém lhe compreenderá. Mais tarde irá cantar suas novidades que todo mundo conhece,tudo já revirado deste baú cavalheiro;e que muitos até já aceitam, sem grandes valores de discordância. Histórias embrionárias que ganham formas diferenciadas ao ar livre, em cada ouvido adoecido;uma versão própria de seus queixamentos.São os mesmos meros espectadores de drinques,dos cativos berros que ganham sala,fome de atenções que impressiona o espaço.Domina sua linguagem caída com rotineiros uísques assistenciais.Este cumprimento de tragos senhores,cantiga de gentilezas que responsabiliza: o bárbaro,o selvagem,a mágoa temida,não está em nenhum divã prematuro de zona sul,não senhor!Mas sim;na visão rotineira de quem não sabe nunca esquecer a mulher que ama.Pior do que a própria fissura abatida, da querência da carne que apaga,são os amigos que saboreiam o trabalho diário do amásio,servindo-se de sua sinfonia sentimental e convexa à longo prazo. Por datas,semanas,meses,anos eufóricos.
Todos sujeitam querer abandonar,mover cabeça(nem te ligo)-xingar sem a menor honradez de fôlego e ouvidos à esperança última.Se possível alinhar taciturno a ordem certa dos palcos que despenca.Esquecem os apelos como um herege sem bíblia,trancafiando a natureza de dialéticas por outras fronteiras, calando tudo,sanando tudo.Fechando rachaduras e atritos.Aposentando conselhos que não levariam a nada.Porque ele mesmo não quereria nada disso.Por quê?Nunca quis!Quer apenas correr para a próxima cadeira e fisgar o crédito de odores que resvala por prédios"deve ser ela"pensa.Afirmar a última andança de pernas que suas retinas prenderam,o último trecho familiar de gozos que confessou lençóis.A existência de seu velho eu de outra forma, ou teimosamente ressoando e persistindo nos oceanos insanos de beijos. Tudo se contaria melhor na liberdade que escapa.Louco?Doente?Talvez...Na realidade mais certa e convincente,seu contar de notícias, faria com que nosso solo gasto de provocações, de espetáculos circenses sem palhaços,de sofistas que crescem altos como gurus;fosse repostado bem pequenino,assim como uma polegada de criança de três anos.Seríamos casa de burrices operando em cada mensageiro.Nos vendemos tão fáceis para um mundo estranho.E quem saiba até vestimos classes de espantados ou coléricos, rompendo estratégias de aceitações.Ele sim entendia o leito que deitava,suas margens praianas que navegava,a mulher sem rosto que contentava noites prematuras e ricas.Ele sim,sempre verteu férias provincianas. Enquanto que ficávamos na discussão do trabalho teatral,até não vermos nenhuma estrela com formas no céu...

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