terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Moeda

Paula acerta minha face febril com vários filhos-da-puta.Tem traços vazios e pequenos segredinhos capitais.Atrás de seus ombros despidos,responde o céu com relâmpagos nítidos saltados pros montes.Ela espera respostas sem fazer perguntas,eu coço minha povoação de dedos dos pés.Minhas veias poderiam estalar errantes,irritadíssimas,acavaladas em estações de opiniões;mas diferente repouso seguro,ameaçando apenas defesas desconhecidas com a autoridade dos olhos.Não sou confesso e nem dou confissões,mas amo ainda por multidões este cheiro farto de Paula, que desbota minha endurecida forma sem atenções.
Sua boca me carrega dizeres que não compreendo,resmungos que vão se encerrando surdos pela tarde quente.A única coisa que me puxa nebuloso para o coração,é a maneira o qual maquinalmente ela projeta a boca para expulsar suas letras,é um apanhado de três ou quatro confianças que acorda meu mundéu de desejos,uma casa desesperadamente bonita que sopra conversas apaixonadas...
Ela insiste mergulhante,deita os olhos miúdos,expressivos,prepara a extremidade dos dentes como labirinto de colunas,avança apreendendo meus remorsos,enfeitiça,me enferniza,arrasta minhas partículas.És tão inteligente e eu um tremendo burro...Pago em beijos e tenho troco de tapas...

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