sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dois quartos e uma solidão










A voz que me guardava era uma bandeira súplice,uma passagem nova de ar pros pulmões,respirava,respirava e meu mundo percebia os labirintos e as romarias pedantes que perdi,de ter um isolamento solícito de saber levar as mãos à cabeça sempre e afastar-me de todos os meus rastros,de meus erros, daquilo que me esvaziava em cada realidade apresentada.








O que tinha era apenas um corpúsculo quedante, que nunca soube guardar bem as lembranças mais umbilicais,mais conhecidas.Eu era um passageiro intransigente pesquisando todas as fronteiras de minhas rodovias,das cercanias e fontes que divisavam padecimentos.Lucidez era o que eu queria voltar e incentivava.E o que eu pude montar nestas ausências,quantas casas me passaram pelo sol,e só eu sabia minha entendida fuga,meus meios de andanças ternas e regulantes que guardei.É que no final eu já havia encontrado as curvas certas,o poder e dever de senti-las requisitando tanto e tudo,e de antemão eu formava os moldes mais cobiçosos pra guiá-las;todas ali sacudindo trêmulas na agitação de seus braços longos em derredor.Afloravam com os imponentes galhos marrons um carinho de árvores para as cidades abertas que se perdiam em montes.Talvez isto me lembrasse um comportamento de ancião amigo,que entendeu a aurora da sua idade e os seus perigos e que podia reconhecer melhor o taciturno olhar reinando em outras pedrarias no barro úmido.O telefonema se combinou assim por horas,num resgate improvisado de conhecer todo o terraço e as limitadas condições do peitoril,de meus círculos de medo localizados dissecarem como num instante,seja em lágrimas e narinas soltas,por sobre meu peito de passagens e que protesta frio,rebate e protesta frio, e isto porque nem conto as pernas citadinas que não conhecem nada das direções.Porque minha madrugada insone me instaura outras consciências que nunca quis utilizar,mas seria bem sabido regrá-las em pastas.



Eu gosto tanto de deixar as lembranças bem escondidas e aparentes,registradas no número incandescente da temática dos beijos ou algo ou alguma coisa que importe à queima-roupa a vontade coberta de respostas; do coração sendo exigido pro combate à tarde na floresta.


A abstração me perseguiu a janta,o café morno que meus lábios souberam esquivar em sofridos goles sorvidos.Quando então a conversa exteriorizante ganha sala e eu fujo com meus livros,com meus jornais,com meus braços cruzados atingindo os céus sobre as árvores lá fora.Rememorando o automatismo de palavras de consolo.



E quantos beijos ainda não estão impregnados e pedem mais?Ah,esta descambada dos porquês,e que arranca um canteiro de conversas em tantas latitudes e nem quero somar aonde fica minha intensidade.De não conseguir achar minha própria força e olhar pro relógio esperando uma notícia de desculpas, de ficar tateando nervoso e apressado as coxas malgradas,massageando as panturrilhas secas,examinando os pés dedo a dedo num conflito de opereta de bocas sem vida.Os brios mais tarde tentam ganhar-me uma nova recolocação pras páginas,pro querer,e como eu poderia dizer não,pras obviedades e janeiro de respeitos?De um novo sino disparar pelos bancos e grama,rasgando os meus pântanos e limpando o meu marasmo aonde os olhos fingem em não arregalar?!



Eu não queria ser uma praça abandonada,não queria monologar por entre cortinas estreitas da minha varanda:e nestas sujeições aflitas,nestas circunstâncias irrompidas que derrubam várias melancolias, eu não acolhi o meu poço de horrores!É que quero ganhar novamente aquele teu sorriso mais escrito e de pecados,dos burburinhos que veemente particular te chamaria pra apelidá-los.Na sua última frase em que escondeu o choro e eu conheci muito bem.Eu queria examinar-me em cada centímetro dos poros,nos meus gritos mais brancos e desguarnecidos,sem estertores,sem entendimentos costumeiros,sem existir os castigos presentes e que crescem à minha volta.Eu respondo meu infenso debate violando sutilmente teus ouvidos pelo quarto, daquilo que travou minha língua morta,viola que morreu cordas e já nem arranha sustenidos.



Dedilha uma marca impiedosamente de música de espírito, que lhe chama muito bem pelo nome a se romper tamanha pelas miríades...

3 comentários:

Thiago Quintella de Mattos disse...

É coisa tão intensa que chega a atingir a todos nós, atingir na vontade, na alma!

Tati disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tati disse...

Eu fico numa felicidade quase infantil quando vc escreve, pq me faz lembrar que temos uma parceria imaginária do clube dos escritores. Dos escritores marginais, quase inexistentes, quase tão sublime que me pega em sorriso bobo, tolo, mas de verdade.

Fico numa felicidade imensa de viver aqui, no contemporâneo que nos cabe. Que cabe a mim, a você, ao Thiago logo aí acima. É felicidade de quem admira a literatura clássica das nossas referências, a poesia maldita dos nossos poetas prediletos, mas acima de tudo, da nossa literatura. Da que nos faz inspiraçào, presentes, amigos...

... é essa a minha versão da frase que me deixou nessa felicidade de vir até aqui, quando vc escreveu que "alguma coisa que importe à queima-roupa".

Jordan, a sua literatura, visceral como você, ébria como você, verdadeira como você, é alguma coisa que me importa à queima-roupa!